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Vol. 15, Nº 66, fevereiro/2024

AOS LEITORES

Tudo bem com você? Esperamos que sim.  Esta edição trouxe atividades interessantes realizadas na escola. Todas elas lembram o quanto a escola é importante para conhecer e aprender. Por exemplo, Valentina descobriu o livro e as músicas do Emicida, os estudantes de Filosofia, da  Escola Estadual Professor José Martins Toledo, de Piracicaba, do Estado de São Paulo, conheceram as mulheres filósofas, os alunos do Ensino Médio pesquisaram sobre o voto feminino, o meio ambiente e muito mais.Tudo isso foi possível porque estavam na escola, não é? E agora, eles darão essa mesma possibilidade para você, leitor(a) do Folhinha. 
Bem, não perca tempo!  Aproveite e até a próxima edição!

CANTINHO DA LEITURA

Goiânia, 23 de novembro de  2023. 

Olá, Emicida, 

Eu me chamo Valentina. Meu sonho é ser professora. Eu tenho 9 anos e gosto de brincar com os (as) meus (as) amigos (as). 


Eu o conheci por meio das aulas de Português, a professora Joyce leu o livro Amoras e mostrou vídeos das suas músicas. Eu achei interessante e muito legal e gostei das músicas. Depois que conheci suas músicas não paro de te ouvir quando ando de carro, peço sempre para minha mãe colocar. 


Você só tem uma filha? Quantos anos você tem? 


Acho racismo algo muito feio, quando uma pessoa discrimina a outra por causa do tom da pele. Seu trabalho é muito importante para acabar com o racismo. 

Um abraço, espero te conhecer um dia. 

Valentina 

VALENTINA A. F. MAGALHÃES - 3º ANO

ORIENTAÇÃO: PROFA. JOYCELAINE OLIVEIRA

(CEPAE/UFG)

MARIA CECÍLIA - 5º ANO B

ORIENTAÇÃO: PROFA. MÁRCIA FERREIRA TORRES PEREIRA

(CEPAE/UFG)

MÃOS À OBRA

OFICINA "NÃO EXISTEM MULHERES FILOSÓFICAS?" ENFRENTANDO AS DESIGUALDADES DE GÊNERO NO ENSINO DE FILOSOFIA

Os percursos profissionais dos docentes de Filosofia são marcados por desafios dos mais variados âmbitos e que, invariavelmente, se expressam no decorrer do processo de ensino-aprendizagem. De acordo com o filósofo Immanuel Kant, não é possível ensinar Filosofia, só a filosofar (PCN, 1999, p. 50). Mas como ensinar a pensar autonomamente? Como fomentar o pensamento crítico nos estudantes? Como vincular autores antigos ao tempo presente? Como incentivar a autonomia discente em uma disciplina que apresenta múltiplas, por vezes não tão claras, definições sobre seus objetos e métodos?

Apesar do campo filosófico não oferecer respostas acabadas para essas perguntas, os seus autores enfatizam que a atitude filosófica se calca, principalmente, na “resolução de problemas que com o resultado de outras ciências ou do conhecimento obtido em outras áreas da atividade humana é impossível resolver” (PALÁCIOS, 2008).

Logo, o filosofar pode ser entendido como questionar, avaliar e buscar respostas para questões individuais e coletivas. Assim sendo, o Ensino de Filosofia deveria passar, necessariamente, por mediações que incentivem o pensamento crítico e valorizem a autonomia dos estudantes no processo de ensino-aprendizagem.

Foi levando isso em consideração que a Oficina relatada aqui foi idealizada, especificamente após um questionamento de um aluno do 2° aluno do Ensino Médio em 2022. A pergunta era simples: “Professora, não existem mulheres filósofas?”. A resposta também era “simples”: “Sim, existiram e existem, mas não a estudamos, de forma significativa, porque as suas contribuições foram silenciadas e apagadas”. A pergunta me veio como um lampejo e a minha resposta trouxe a certeza de que a teoria e a prática precisam andar juntas no ambiente escolar mais do que nunca.

Ancorando-se na clássica frase “a educação é um ato político. É impossível ser neutro. Quem decide pela neutralidade já optou por uma posição”, de Paulo Freire, é possível afirmar que, neste caso, decidir pela neutralidade é perpetuar uma violência simbólica contra as mulheres. Desde então, venho realizando a Oficina “Não existem mulheres filósofas?” com todas as turmas em que leciono Filosofia. Em 2023, foi a vez das classes do 1º ano A e 1º ano B, da Escola Estadual Prof. José Martins de Toledo, de Piracicaba, interior de São Paulo.

A Oficina foi organizada em três momentos. Inicialmente, os alunos são incentivados a procurar e contabilizar nomes de filósofas nos materiais didáticos disponibilizados pela escola (apostilas, livros didáticos, etc). Em um segundo momento, após uma certa frustração dos estudantes por conta dos muitos nomes de homens e dos pouquíssimos de mulheres, é realizada uma discussão orientada sobre seus resultados, especialmente questionando as raízes do panorama encontrado. Por fim, é proposto um trabalho, a ser realizado pelos estudantes em duplas ou trios, que busca transpor as desigualdades encontradas.

Na edição de 2023, a atividade proposta foi a criação de Tirinhas - ou seja, uma sequência de quadrinhos - sobre uma filósofa importante da Antiguidade Clássica, Hipátia de Alexandria. Confira algumas das produções das alunas e dos alunos abaixo:

Autora: Rafaela Domingues Pereira

(Mestra em Educação pela UFRJ e Professora da Rede Estadual de São Paulo)

Painel coletivo elaborado pelo 1 ano A (2023)

Escola Estadual Prof. José Martins Toledo

(Piracicaba - SP)

Tirinha produzida por Ariane Vilella e Sara Macedo do 1º ano A(2023)

Escola Estadual Prof. José Martins Toledo

(Piracicaba - SP)

PRÁTICAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Nesta sessão, apresentamos os resultados de atividades de iniciação científica realizadas na disciplina de Língua Espanhola do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação/CEPAE/UFG. Relatamos essa experiência de trabalho com foco na Aprendizagem Baseada em Projetos a partir da apresentação dos resultados de projetos individuais desenvolvidos por estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental. No segundo semestre de 2023, os alunos foram esclarecidos sobre a abordagem de ensino que seria utilizada durante as aulas e foram orientados sobre a forma de desenvolvimento das seis etapas de pesquisa. O primeiro passo foi selecionar seu problema de pesquisa, o segundo foi elaborar um mapa mental detalhando as temáticas que seriam abordadas, no terceiro definiram os tópicos de estudo, no quarto realizaram uma apresentação inicial aos colegas durante a aula de espanhol, no quinto finalizaram suas pesquisas e elaboraram os slides, e no sexto socializaram suas pesquisas em sala de aula. 

 

Fabiana P. F. Fernandes

Coordenadora Geral do Trabalho de Conclusão do Ensino Médio

Docente do Departamento de Língua Estrangeira - Espanhol

DESENHOS NO FOLHINHA

João Victor Gurgel Carvalho - 5º ano B

Orientação Márcia Ferreira Torres Pereira

Cepae/UFG (Goiânia -GO)

QUEM FAZ O FOLHINHA:
Maria Alice de Sousa Carvalho Rocha, Leonarlley Rodrigo Silva Barbosa, Rafaela Domingues Pereira, Fabiana Perpétua Ferreira Fernandes, Joycelaine Oliveira e Márcia Ferreira Torres Pereira.

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