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PROJETO AFRICANIDADE


Renata Lorena Vilela Aguiar

Professora de Educação Física na Rede Municipal de Ensino de Goiânia. Aluna do Programa de Pós-Graduação em Ensino na Educação Básica – CEPAE/UFG.

Solon Pereira de Castro

Professor de História e Geografia na Rede Municipal de Ensino de Goiânia. Especialista em História do Brasil, Local, Regional e Nacional – FCHF/UFG.

A Lei 10.639 de 2003 versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira, ressalta a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira e dá outras providências. A cada ano, crescem em todo o Brasil as comemorações ligadas a esse dia em meio ao conjunto da sociedade brasileira, ainda injusta e discriminadora, onde o foco das discussões é quase sempre casos de preconceito, racismo e injustiças sofridas pela população africana e afrodescendente ao longo da história.

A abordagem da história e cultura dos povos indígenas e da África e das populações afro-brasileiras na sala de aula, mexe com aspectos profundos e cristalizados nas relações étnico-raciais no Brasil. Assim sendo, a educação das relações étnico-raciais impõe aprendizagens entre brancos e negros, trocas de conhecimentos, quebra de desconfianças, projeto conjunto para construção de uma sociedade justa, igual, equânime. (BRASÍLIA, 2006, p. 14).

Entendemos que essa discussão não pode ser feita de forma simplificada, para isso procuramos enfatizar a contribuição do negro na formação cultural brasileira, e ao mesmo tempo promover uma valorização das características étnico-raciais dos afrodescendente destacando a presença marcante do negro na história e na formação do povo brasileiro.

Utilizamos, nas aulas de Educação Física, História e Geografia, textos, vídeos, músicas, filmes, depoimentos, danças, artes, para desenvolvimento de atividades, todas elas tendo como elemento central a cor da pele e o cabelo, procurando sempre valorizar esses dois elementos.

Destacamos para os alunos que “Consciência Negra” é mais do que um relato sobre os problemas; é um olhar no espelho e um olhar para o outro com o objetivo de observar e apreciar a beleza da nossa diversidade; gostar da cor da nossa pele, do formato do nosso nariz e da textura do nosso cabelo; valorizar a nossa música e todas as artes. O tema preconceito foi introduzido então de forma a levar os alunos a percebê-lo em suas formas “sutis” de manifestação e ao mesmo tempo levá-los a sentir orgulho das suas origens. Portanto, “A divulgação e produção de conhecimentos, a formação de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos orgulhosos de seu pertencimento étnico-racial” (BRASÍLIA, 2006, p. 10).

A questão do cabelo como expressão de identidade é marcante na maioria dos povos principalmente entre africanos, aqui no Brasil sempre foi obscurecida devido o preconceito. A base da discussão foi a expressão: “meu cabelo não é ruim, ruim é seu preconceito”. Incentivamos os alunos a fazerem corte ou penteados de acordo seu tipo de cabelo para serem fotografados, a partir disso fizemos um painel com suas fotos enfatizando e valorizando as diferenças.

Por fim, fizemos o vídeo[1] utilizando como trilha sonora a música “Ô Preta”, do grupo Côco dos Pretos, até então desconhecida pelos estudantes, cujo refrão é “seu cabelo não é ruim, seu cabelo é uma beleza”. O resultado foi a elevação da autoestima dos alunos.

REFERÊNCIAS

BRASÍLIA. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília/DF: MEC, 2006. Disponível em: http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-content/uploads/2012/10/DCN-s-Educacao-das-Relacoes-Etnico-Raciais.pdf

BRASIL. Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília. Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm

O projeto foi desenvolvido na Escola Municipal Jalles Machado de Siqueira, Goiânia-GO. O vídeo foi dirigido e produzido pelos professores: Renata Lorena Vilela de Aguiar e Solon Pereira de Castro. Participaram da produção os alunos: Adryan Ferreira Miranda; Lara Neris de Jesus; Vitória Aparecida Matos; Thays Alyne Lemes; Beatriz Alves F. dos Santos; Nathália Vitória Antunes; Rhuan Cláudio B. Oliveira; Karine R. de Oliveira; Washington Chrystian; Echeli Gabriely M. Gomes; João Paulo S. Pereira; Camila de Moura A. Sousa; Marcos Costa Silva; Paulo Henrique de Jesus; Melyssa Gomes B. Nascimento; João Pedro Souza Santos; Maria Eduarda P. Santos


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